domingo, 26 de fevereiro de 2012

Tênias e Teníase



A teníase é uma doença causada pela forma adulta das tênias, Taenia solium, do porco e Taenia saginata, do boi. Muitas vezes, o paciente nem sabe que convive com o parasita em seu intestino delgado.
As tênias também são chamadas de "solitárias", porque, na maioria dos caso, o portador traz apenas um verme adulto.
O ciclo de vida da tênia (o espécime não estava identificado, mas deveria ser Taenia saginata ou Taenia solium), também conhecida como “bicha-solitária” (não confundir com as lombrigas, nematoides do gênero Ascaris).


O nome ténia inclui um grupo de parasitas intestinais do género Taenia, pertencentes ao grupo dos Platyhelminthes, os vermes de corpo achatado. Três espécies são capazes de infectar humanos na sua forma adulta: T. saginataT. solium e T. asiatica, todas com morfologia semelhante e por isso mais facilmente diferenciadas com recurso a técnicas moleculares ou pela análise microscópica de características anatómicas.
A vida de uma ténia começa num ovo. O ovo é constituído pelo embrião (a oncosfera) e por uma camada protectora (a embriosfera), que permite que o embrião permaneça vivo no meio ambiente durante dois a três meses, depositado em vegetação, solo ou água contaminada por fezes humanas. Quando é ingerida pelo hospedeiro intermediário (geralmente um animal herbívoro como um porco ou uma vaca) e chega ao seu intestino, a oncosfera liberta-se da sua proteção e penetra na parede do intestino, viajando depois pela corrente sanguínea até aos tecidos do herbívoro, geralmente o tecido muscular. Aqui altera-se numa forma larvar designada cisticerco, que forma um cisto dentro do tecido conjuntivo do músculo. O cisticerco (constituído por um único escólex) tem um diâmetro máximo de geralmente 1 cm (mas conhecem-se caso em que chegam a ter 10-15 cm), e permite à tênia ficar imune às defesas do hospedeiro num estado dormente, que pode durar até alguns anos em T. solium, até que o cisticerco seja ingerido pelo hospedeiro definitivo. Os humanos gostam muito de carne de porco e de vaca, por isso o hospedeiro definitivo podemos bem ser nós.

Os cisticercos morrem com temperaturas superiores a 56 ºC, e também por congelação, por isso uma pessoa que tenha cuidados com a carne não terá problemas, mesmo que ela esteja infectada (o que nos países ocidentais, com um grande controlo da alimentação dada ao gado, isso já é mais improvável). No entanto, se a carne for mal preparada, o cisticerco pode ser ingerido, e o escólex, nada mais que a cabeça da futura ténia adulta, agarra-se às paredes do intestino delgado, por via de ganchos e/ou ventosas, e começa a desenvolver a morfologia adulta. Com o novo hospedeiro reclamado, a ténia irá passar o resto da sua vida (que pode atingir até 25 anos) a alimentar-se da comida do hospedeiro, adquirindo-a já digerida através da parede do seu corpo (visto que não possui aparelho digestivo), e a criar descendência. O corpo da ténia adulta é, aliás, quase completamente constituído por pequenos segmentos designados proglótides. Em cada proglótide encontram-se órgãos reprodutores masculinos e femininos (é um animal hermafrodita, portanto), podendo a ténia autofertilizar-se ou trocar gâmetas com outro indivíduo com o qual partilhe o intestino (no caso de ser uma bicha não tão solitária quanto isso).



Uma ténia pode crescer até tamanhos incríveis dentro do intestino humano. O comprimento médio de uma ténia é de 5 metros, mas já se conhecem espécimes de T. saginata com 25 metros.É o comprimento de um dinossauro saurópode adulto como Apatosaurus (embora, convenhamos, com uma fração ínfima da sua massa).
Após a reprodução, começam-se a desenvolver ovos no interior das proglótides, mais propriamente no útero. Com o desenvolvimento dos embriões concluído, as proglótides posteriores (que possuem alguma mobilidade) vão-se libertando das restantes, sendo expelidas do intestino com as fezes do hospedeiro. A falta de um sistema de saneamento adequado em muitos locais, sobretudo em países em desenvolvimento mas também em ambientes rurais, é uma porta para os ovos de ténia chegarem ao ambiente. E nos campos, nas ervas, na água ou no solo, a vaca e o porco ingerem os ovos da ténia, e o ciclo recomeça…
São três tipos: teníase, cisticercose e a cenurose.  As teníases são infecções intestinais causadas pela tênia adulta, e são geralmente assimptomáticas com excepção de algumas complicações abdominais (dores, diarreia, prisão de ventre, náuseas, flutuações de apetite e perda de peso). Em alguns casos, o aberrante acontece: sobretudo em T. saginata, as proglótides móveis conseguem deslocar-se para órgãos como o apêndice, útero ou para as passagens respiratórias.
As cisticercoses são infecções causados pela forma larvar da ténia, o cisticerco. Como já referi acima, o cisticerco forma-se quando o ovo é ingerido pelo hospedeiro intermédio; mesmo que o ovo seja ingerido pelo suposto hospedeiro definitivo, como nós, a ténia vai reconhecê-lo como intermédio, e o cisticerco formará cistos nos tecidos do hospedeiro. Estes cistos são inofensivos até ao momento em que começam a degenerar e a causar infecções. Os problemas causados pelas cisticercoses são tão ou mais variados quanto os locais onde o cisticerco se encontre. Os principais problemas ocorrem quando estes se localizam no tecido nervoso (neurocisticercose) podem causar dores, convulsões, náuseas, confusão, alterações de comportamento, demência… Podem ocorrer noutros órgãos como pele, olhos, coração ou músculos. De referir que, para além da ingestão de ovos de ténia através de comida ou água contaminada, é possível ganhar uma cisticercose se já tivermos uma ténia adulta no intestino – se os ovos ou proglótides forem parar do intestino ao estômago, o ovo desenvolve-se como um cisticerco.
O outro modo de infecção causado pelas ténias é a cenurose, que é causada pela forma larvar de algumas outras espécies de ténias (cuja forma adulta não afecta os humanos). Esta larva, designada cenuro, causa sintomas semelhantes à cisticerco das outras tênias.
Sintomatologia
Muitas vezes a teníase é assintomática. Porém, podem surgir transtornos dispépticos, tais como: alterações do apetite (fome intensa ou perda do apetite), enjôos, diarréias freqüentes, perturbações nervosas, irritação, fadiga e insônia.

Profilaxia e Tratamento
A profilaxia consiste na educação sanitária, em cozinhar bem as carnes e na fiscalização da carne e seus derivados (lingüiça, salame, chouriço,etc.)

Em relação ao tratamento, este consiste na aplicação de dose única (2g) de niclosamida. Podem ser usadas outras drogas alternativas, como diclorofeno, mebendazol, etc.
O chá de sementes de abóbora é muito usado e indicado até hoje por muitos médicos, especialmente para crianças e gestantes.







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